Segundo uma antiga lenda, a Sanamunda é capaz de enfeitiçar o seu possuidor. No entanto, as suas propriedades levaram Santa Hildegarda a chamar-lhe Benedicta ou Erva-benta.
Fácil de reconhecer, encontramo-la durante o Verão nas bermas dos caminhos, nas orlas dos bosques e em zonas sombrias e húmidas.
Ficha Botânica:
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Género: Geum
A Sanamunda (Geum urbanum L.), Erva-benta, Cariofilada, ou Cravoila é uma planta vivaz com 20 a 60 cm de altura, de caules erectos e ramificados. As folhas são tripartidas com 5 a 7 folíolos. As flores são amarelas com cinco pétalas ovais e sépalas estreitas e pontiagudas. Os frutos são aquénios vilosos, encimados por um estilete recurvado.
O rizoma, extremamente aromático, é rugoso, castanho no exterior e roxo-acastanhado no interior. O seu aroma faz lembrar o Cravinho.
Diz-se que a presença de uma raiz de Sanamunda em casa consegue afastar os maus espíritos e os animais peçonhentos.
Usos medicinais e princípios activos:
Rica em taninos, ácidos fenólicos e açúcares. O seu óleo essencial é composto maioritariamente por eugenol, o que lhe confere o aroma a Cravinho.
Adstringente, febrífuga e vulnerária, a infusão das folhas é usada em bochechos ou gargarejos para tratamento de inflamações bucais, aftas e mau hálito.
Internamente pode ser usada no tratamento de diarreias, mas deve ser usada com moderação devido à sua leve toxicidade.
Usos culinários:
O rizoma da Sanamunda pode ser utilizada como aromatizante de cervejas, vinhos e licores, ou como condimento em caldos e guisados, onde pode substituir o Cravinho.
As folhas são comestíveis em sopas e saladas.
Apesar destes usos, o seu elevado teor de taninos pode provocar intolerância gástrica, pelo que deve ser consumida com especial moderação.