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Notas do Herbalista 127: Cavalinha

A Cavalinha é nativa das regiões não tropicais do Hemisfério Norte, embora exista em todo o mundo à excepção da Antárctida, habitando nas bermas de caminhos, em solos siliciosos.

Em Portugal encontra-se espontânea nas regiões Norte e Centro e Sul, especialmente junto aos ribeiros

Cavalinha
Ilustração por Edward Step.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Monilophyta
Classe: Polypodiopsida
Ordem: Equisetales
Família: Equisetaceae
Género: Equisetum

A Cavalinha (Equisetum arvense L.), também chamada Cauda-de-cavalo, é uma planta vivaz com 20cm a 65cm de altura. Sobre o mesmo rizoma nascem dois tipos de caule. Os primeiros, férteis, são mais pequenos, com 10 a 25cm de altura, avermelhados, com bainhas castanhas, terminando numa espiga acastanhada. Seguidamente surgem os caules estéreis, verdes, sulcados, ocos com verticilos de ramos finos.

Por ser uma planta criptogâmica vascular, a Cavalinha não tem flores nem frutos, mas sim esporos. Os esporângios agrupam-se sob as escamas da espiga. Os esporos têm filamentos elásticos que se desenrolam quando as condições de temperatura e humidade são adequadas, auxiliando a sua propagação. O seu rizoma é profundo, podendo chegar a 2m de profundidade.

A Cavalinha é um “fóssil vivo” pois o género Equisetum foi o único membro das Equisetidae (sub-classe da Polypodiopsida) que chegou até nós. Os restantes membros extinguiram-se há cerca de 250 milhões de anos.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em sais minerais (especialmente silício), heterósido, tanino e ácidos orgânicos, é adstringente, cicatrizante, diurética, hemostática e remineralizante.

O seu principal uso é como aquarética, ou seja, promove a eliminação de água, mas não de sais minerais que ajuda a repôr. Assim, é útil em regimes de emagrecimento, retenção de líquidos, tendinites e inflamações dos ligamentos.

Devido à presença de silício é útil para estimular o crescimento do cabelo e das unhas.

É ainda útil como cicatrizante interno e externo, na hipertensão e em casos de osteoporose.

Para fins medicinais são utilizados os caules estéreis.

Por ser potencialmente hepatotóxica deve ser utilizada com moderação.

Usos culinários:

As plantas jovens são consumidas cruas pelos nativos americanos.

No Japão os caules férteis são cozinhados e consumidos da mesma forma que os Espargos.

Por ser potencialmente hepatotóxica deve ser consumida com moderação.

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