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Durante os últimos três anos deixei aqui semanalmente notas sobre várias plantas, que espero que tenham servido para informar e despertar o interesse sobre o maravilhoso mundo das Plantas Aromáticas e Medicinais.

Assim, em jeito de despedida quero deixar alguns conselhos a quem pretender estudar mais sobre este assunto:

  • Escolha bem as fontes de pesquisa e não deixe de parte o sentido crítico.
    Muitos sites da internet, livros e revistas contêm informação imprecisa ou completamente errada (erros na publicação são bastante comuns, mas por vezes trata-se mesmo informação falsa com o fim de vender). Se possível, opte por fontes que façam referência aos estudos existentes (que infelizmente ainda são poucos). Aproveite o conhecimento popular sempre com sentido crítico.
  • Use sempre a designação científica.
    Os nomes comuns da planta são úteis no dia-a-dia ou em contexto informal, mas podem mudar de país para país ou mesmo de região para região (A Carqueja, por exemplo, é uma planta completamente diferente no Brasil). Outras vezes estes nomes podem criar confusão em obras traduzidas (é o caso do Alecrim, Rosemary em inglês, que, por vezes, é traduzido como Rosmaninho). Deve sempre confirmar-se a designação da espécie em Latim.
  • Use o método científico.
    Sempre que utilizar uma planta (em si ou noutra pessoa), registe as suas observações, tome notas dos efeitos produzidos e do tempo que estes demoraram. Compare notas entre doentes ou entre aplicações. Esse caderno de notas tornar-se-à um bem muito útil e de valor incalculável.
  • Nunca esqueça que as plantas, embora naturais, podem ser perigosas.
    Muitas plantas têm componentes tóxicos, alguns fatais, ou podem provocar reacções alérgicas. Respeite sempre as doses, nunca utilizae uma planta que não tem a certeza absoluta que é a correcta e caso observe uma reacção adversa ou algo inesperado, interrompa o tratamento imediatamente e contacte um médico.

A quem seguiu esta rubrica desde o início e a quem chegou aqui agora, o meu agradecimento, espero ter sido útil e que um dia possamos comparar as nossas notas.

Saudações herbalísticas. Ler artigo completo

A planta de hoje é tão importante historicamente que o seu nome se tornou sinónimo de qualquer bebida com plantas, como já explicámos numa nota anterior. O Chá merece por isso ser tratado numa nota especial.

Chá
Ilustração por Franz Eugen Köhler.

Bebido há séculos no Oriente, onde existe todo um cerimonial associado, foi trazido para a Europa pelos navegadores portugueses e italianos e rapidamente se espalhou por todo o continente. Em Inglaterra é consumido às 17h00 em ponto (o chá das cinco), hábito introduzido no século XVII pela portuguesa Catarina de Bragança, quando se casou com o Rei Carlos II.

Espontâneo no Sudoeste Asiático e na Índia, é cultivado nas regiões tropicais e sub-tropicais. Na Europa, as únicas plantações existentes são em Portugal, mais especificamente na Ilha de São Miguel, onde as instalações de processamento estão musealizadas e podem ser visitadas.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ericales
Família: Theaceae
Género: Camellia

O Chá (Camellia sinensis (L.) Kuntze)*, é um arbusto que pode atingir 10 metros de altura (embora as variedades cultivadas sejam podadas de forma a não passar de 1m), de folhas oblongas, escuras lustrosas e denteadas.

As flores são pequenas e brancas, surgindo na axila das folhas. O fruto é uma cápsula globosa.

*Por vezes surge designado por Thea sinensis.

Usos medicinais e princípios activos:

Os conteúdos desta secção aplicam-se ao Chá Verde, o mais usado para fins medicinais
Rico em polifenóis, taninos e flavonóides, são os alcalóides teína, teoboromina e cafeína os grandes componentes do Chá. Assim, é estimulante, antioxidante, vasodilatador e termogénico.

É utilizado como coadjuvante nos tratamentos da obesidade devido à sua função termogénica.

Utilizado também como regenerador dos tecidos e regulador do colesterol reduzindo o risco de ateriosclerose e enfarte do miocárdio.

Está também a ser estudadada a sua utilidade em tratamentos oncológicos.

Não deve ser consumido por pessoas que sofrem de ansiedade ou insónias.

Usos culinários:

O seu uso é em forma de tisana, que pode ser consumida directamente ou usada como base nalgumas sobremesas.

O tipo de secagem e a sua fermentação têm influência no seu sabor e quantidade de alcalóides, pelo que existem diversos nomes comerciais para cada tipo de processamento. Assim, da planta do chá pode obter-se Chá Preto, Chá Branco, Chá Verde, Chá Oolong (também conhecido por Chá Azul), Chá Amarelo, Chá Pu-erh (ou Chá Vermelho), Lapsang Souchong, Chá Matcha, Chá Turco e Chá Darjeeling.

Existe ainda o Kukicha que é obtido a partir de talos e ramos em vez das folhas.

Planta polémica por motivos bem conhecidos, o Cânhamo é uma planta Asiática, mas cultivada em todo o mundo

Em Portugal é cultivado, sendo no entanto necessário informar o Ministério da Agricultura e as autoridades locais.

Cânhamo
Ilustração pelo Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Rosales
Família: Cannabaceae
Género: Cannabis

O Cânhamo (Cannabis sativa L.), é uma planta herbácea anual que pode atingir 6 metros de altura, de folhas alternas e compostas por até 13 folíolos serrados (o primeiro par é, habitualmente, composto por um só folíolo).

As inflorescências são popularmente conhecidas por “cabeças”.

O Cânhamo cultivado para fins industriais (C. sativa subsp. ruderalis) não contém canabinóides (THC e CBD, entre outros), sendo utilizado na alimentação animal, na indústria têxtil e no fabrico de cordas.

O cultivo legal do Cânhamo exige que os níveis de THC sejam reduzidos ou nulos, pelo que para uso medicinal são cultivadas variedades com baixo teor de THC e maior teor de CBD.

⚠️Os autores deste blog não promovem nem recomendam o uso desta ou qualquer outra planta para fins contrários à lei portuguesa ou do país do leitor.

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em terpenos e canabinóides, é analgésico, antiespasmódico e sedativo.

Entre os canabinóides são de notar o Tetra-hidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD). Destes, o THC é psicoactivo, sendo responsável pelos efeitos estupefacientes da planta, enquanto o CBD , que não tem este efeito, pode ser usado de forma legal em vários países.

Utilizado para alívio da dor e insónias.

É também utilizado para tratamento da asma, anginas e anorexia

Externamente, pode ser utilizado em furúnculos.

O uso do Cânhamo deve ser sempre feita sob orientação de um terapeuta.

Usos culinários:

As semente são consumidas cruas, em chá, em “leite”,germinadas. ou misturadas com outros alimentos.

As folhas podem ser consumidas em saladas ou em sumo.

O Sabugueiro é uma planta nativa da Europa e América do Norte, que habita em matas e sebes.

Em Portugal é cultivado, surgindo frequentemente de forma espontânea em sebes e terrenos incultos.

Sabugueiro
Ilustração por Gotthilf Heinrich von Schubert.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Dipsacales
Família: Adoxaceae
Género: Sambucus

O Sabugueiro (Sambucus nigra L.), é um arbusto com 2 a 5m de altura (alguns exemplares podem atingir até 10m), de caule cinzento-acastanhado, com ramos quebradiços. As folhas são pecíoladas com 5 a 7 folíolos de bordas serradas.

As flores são brancas e dispõem-se em corimbos. Os frutos são bagas pretas com 3 sementes.

Carregado de superstições, diz-se que dá azar cortar um Sabugueiro, pois este atrai os bons espíritos e com o seu corte, apenas restam os maus. Devido à cor vermelho-sangue do sumo das bagas, diz-se que foi da sua madeira que foi feita a cruz de Cristo.

Também na saga literária Harry Potter, a varinha mais poderosa é feita da sua madeira, sendo chamada simplesmente Varinha de Sabugueiro (Elder Wand no original, pois joga com o duplo significado de Elder que significa Sabugueiro e ancião).

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em nitrato de potássio, óleo essencial, alcalóide, heterósido, tanino, mucilagem, pigmentos flavónicos e antiociânicos, glucósidos e vitamina C, é antiespasmódico, depurativo, diurético, emoliente, laxativo e sudorífico.

O Sabugueiro é o principal tratamento natural para gripes e constipações, sendo também utilizado para outras afecções das vias respiratórias.

É também utilizado para as alergias, colesterol, obstipação e diabetes.

Externamente, pode ser utilizado em feridas, queimaduras e hemorróidas.

O Sabugueiro deve ser utilizado com precaução, pois apresenta toxicidade.

Usos culinários:

As flores são utilizadas na preparação de infusões e cordiais. Podem ainda ser albardadas e consumidas fritas.

As bagas maduras, depois de cozinhadas, podem ser usadas em compotas, chutneys, molhos e sopas.

Tanto as bagas como as flores são utilizadas para fazer vinho de Sabugueiro.

As bagas cruas, as folhas e os ramos não devem ser consumidos, pois são tóxicos.

Cultivado há mais de 4000 anos, o Alho é proveniente da Ásia e cultivado em todas as regiões de clima ameno.

Em Portugal é amplamente cultivado em hortas familiares e comerciais.

Alho
Ilustração por Giorgio Bonelli.
Imagem disponiblizada pela Biblioteca Pública de Nova Iorque.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Amaryllidaceae
Género: Allium

O Alho (Allium sativum L.), é uma planta herbácea anual com 40cm a 1m de altura, com um grande bolbo suberrâneo (a cabeça) composto de 10 a 20 bolbilhos (os dentes) e um talo erecto. As folhas são grandes e planas na base.

As flores de cor branca ou avermelhada, agrupam-se na ponta do talo formando uma inflorescêcia arredondada. O fruto é uma cápsula de pequenas dimensões.

Muito usado na região Mediterrânica e no Médio Oriente, o seu cheiro inconfundível que se nota no hálito e no suor de quem o consome, fez com que nalguns países onde o seu uso não é tão comum o Alho ganhasse a alcunha de Rosa Fétida.

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em Alicina, enzimas, vitaminas, sais minerais e oligoelementos, é antibiótico, antidiabético, antiespasmódico, anti-histamínico, anti-séptico, calicida, diurético, estimulante, estimulante, tónico e vermífugo.

Galeno considerava-o uma panaceia, devido às suas inúmeras aplicações, tendo esta crença sido reforçada na Idade Média por actuar como preventivo para a peste.

Indicado para a má circulação, hipertensão e colesterol.

Pode também ser usado para problemas respiratórios, diabetes, reumatismo, parasitas e alergias, entre outras aplicações.

É utlizado desde o tempo de Hipócrates como coadjuvante no tratamento de vários tipos de cancro.

Externamente utiliza-se para desinfectar feridas, e para aliviar picadas de insectos.

Usos culinários:

Utilizado como tempero numa lista infindável de pratos, especialmente da cozinha mediterrânica, o Alho é também muito apreciado como aromatizante de manteigas e molhos.

Tradicionalmente são consumidos os dentes, embora as folhas também possam ser consumidas, cruas ou cozinhadas.

Nos Estados Unidos da América existe um restaurante especializado em pratos com Alho onde até o vinho e a sobremesa são aromatizados com esta planta.

A Figueira é uma planta típica da região mediterrânica, tendo sido uma das primeiras plantas cultivadas pelo Homem.

Em Portugal é cultivada, surgindo também de forma subespontânea em terrenos pobres, sobre velhos muros e estruturas de pedra.

Figueira
Ilustração por C. J. Trew.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Rosales
Família: Moraceae
Género: Ficus

A Figueira(Tropaeolum majus L.), é uma pequena árvore com cerca de 7m de altura (alguns exemplares podem atingir até 10m), de tronco liso e cinzento, muito ramificado. As folhas são grandes, ásperas e profundamente lobuladas com 3 a 7 folíolos.

O conjunto das flores e frutos formam o figo. Este é um sicónio, uma estrutura carnuda com uma pequena abertura que contêm no seu interior as flores e o frutos que são aquénios de reduzidas dimensões. Devido à complexidade do conjunto, a polinização é efectuada por pequenas vespas especializadas (uma espécie de vespa para cada espécie do género Ficus).

Certas figueiras frutificam duas vezes por ano. Além da frutificação normal no início do Outono, produzem os Figos Lampos no início do Verão.

Pensa-se que a Figueira já seria cultivada 9000 anos antes de Cristo, sendo a primeira espécie devidamente identificada na Bíblia*, pois foi com as suas folhas que Adão e Eva se cobriram.

*A “árvore do conhecimento”, embora popularmente representada por uma maçã, não é apresentada como nenhuma espécie conhecida.

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em terpenos, flavonóides, cumarina e beta-caroteno, é calicida, emoliente, estimulante, laxativo e resolutivo

Os figos secos cozidos em leite são indicados para a tosse, bronquite e catarro, bem como para a prisão de ventre.

Externamente, podem ser utilizados cataplasmas de figo para feridas, queimaduras, frieiras, etc.

O látex da Figueira é cáustico pode ser utilizado em verrugas e calos, embora seja um processo lento, necessitando de aplicação diária. Este látex pode provocar irritações cutâneas, pelo que se recomenda precaução no seu uso.

Usos culinários:

O figo é consumido cru, seco, em compotas e em várias receitas de confeitaria.

Podem ainda ser feitos licores a partir das folhas.

A Capuchinha é uma planta nativa dos Andes, que foi introduzida na Europa no século XVI, pelos Jesuítas.

Em Portugal é cultivada em jardins e hortas, encontrando-se também em estado semi-silvestre.

Capuchinha
Fotografia por Kolforn.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Tropaeolaceae
Género: Tropaeolum

A Capuchinha (Tropaeolum majus L.), também conhecida por Chagas, é uma planta anual com 1 a 1,80m, de caules rastejantes (por vezes trepadores). As folhas são suborbiculares, peltadas, com longos pecíolos.

As flores são alaranjadas (em diversos tons que variam entre o amarelo e o vermelho), de pétalas desiguais, com longos pedúnculos. O fruto tem três segmentos, cada um contendo uma semente.

Ao entardecer, pode observar-se o Fenómeno de Elisabete Lineu, em que uma ilusão de óptica provocada pelo contraste de cor entre as flores e as folhas, faz com que as flores pareçam emitir pequenos clarões de luz.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em vitamina C, quercertina e luteína, é emenagoga, expectorante, tónica e regeneradora da pele.

Indicada em casos de anemia e afecções das vias respiratórias, como gripe, broquite ou sinusite.

É também utilizada para estimular a menstruação e no tratamento do escorbuto e do raquitismo.

Externamente utiliza-se para regenerar a pele e, em champôs, para evitar a queda de cabelo

Usos culinários:

Toda a planta é comestível, sendo consumida em saladas e salteados.

Os frutos imaturos são utilizados em conservas.

Com os seus grandes capítulos florais, o Girassol é uma planta que não passa despercebida.

Comum em toda a Península Ibérica, foi trazido da América (de onde é nativo) no século XVI, sendo cultivado em jardins e grandes campos de cultivo comerciais.

Girassol
Ilustração por Basilius Besler.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Helianthus

O Girassol (Helianthus annuus L.) é uma planta anual com cerca de 3m de altura, de caule erecto. As folhas são caulinares, alternas e com as bordas serradas.

As “flores” são, na realidade, grandes capítulos com cerca de 30cm de diâmetro, de cor amarela. Os frutos são aquénios ovalados contendo as sementes.

O nome Girassol vem da tradição popular que afirma que as flores giram durante o dia, acompanhando a posição aparente do Sol. Este fenómeno, chamado heliotropismo, está presente nas plantas jovens, mas desaparece nas plantas adultas, pelo que as flores permanecem fixas, orientadas para Leste.

Usos medicinais e princípios activos:

A semente é rica em Vitamina E, prótidos e glúcidos. É febrífuga e hipocolesterolemiante.

Indicada em casos de colesterol alto, hipertensão e febre.

Na medicina popular russa é utilizado para tratar doenças pulmonares e afecções da garganta.

Externamente utiliza-se o óleo como base (com funções nutritivas) nos preparados para a pele e cabelo.

Usos culinários:

O óleo das sementes de Girassol é utilizado em culinária e para a produção de margarina.

As sementes são utilizadas em saladas ou, depois de torradas, como snack salgado.

Comum nas bordas dos caminhos, lixeiras e solos ricos em azoto, a Malva é uma planta frequente em quase todo o país.

Malva
Ilustração por Franz Eugen Köhler.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Género: Malva

A Malva (Malva sylvestris L.) é uma planta bienal com 20 a 70 cm de altura, de caule parcialmente erecto e pubescentes. As folhas são palmatilobadas, serradas e com pêlos ásperos.

As flores são grandes, cor de malva com nervuras mais escuras com dispostas em grupos de 2 a 4. As sementes são conhecidas por “queijinhos”, pois a sua forma é semelhante à de um queijo.

Planta sagrada para os antigos, que a consideravam uma panaceia para todos os males, é, actualmente, considerada uma infestante pelos hortelões que desconhecem a sua utilidade.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em mucilagens e antiocianinas, é calmante, emoliente e laxativa.

Indicada no tratamento de afecções das vias respiratórias como bronquites, asma, tosse ou faringite.

É, também utilizada para problemas digestivos, como gastrites, azia e úlceras, e intestinais, como a obstipação, colites ou inflamações, suavizando as paredes do intestino.

Externamente utiliza-se para cicatrizar feridas e chagas.

O seu uso mais conhecido tradicionalmente é na higiene íntima e alívio das hemorróidas, sendo utilizada em banhos de assento.

Usos culinários:

As folhas da da Malva são consumidas em saladas e estufados, como hortaliça.

Os “queijinhos” maduros podem ser consumidos crus ao natural.

Pode também ser usada para elaboração de rebuçados, como substituta da Alteia, com propriedades semelhantes.

De origem desconhecida, embora seja provavelmente mediterrânica, a Borragem habita em terrenos incultos, sendo também cultivada em jardins.
Em Portugal é frequente em todo o país.

Borragem
Ilustração de Johann Georg Sturm (Colorida por Jacob Sturm).

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Boraginaceae
Género: Borago

A Borragem (Borago officinalis L.) é uma planta anual com 20 a 60cm de altura, de caule espesso, peludo e ramificado. As folhas são alternas, ásperas e enrugadas.

As flores são azuis, com cinco pétalas dispostas em estrela. O fruto é um carpelo castanho.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em tanino, resina, mucilagem, saponósido e nitrato de potássio, é depurativa, diurética, emoliente, laxativa e sudorífica.

Indicada no tratamento de bronquites, tosse, gripe e catarro.

O óleo das sementes de Borragem é indicado para alívio do Síndrome Pré-Menstrual e na Menopausa.

Tradicionalmente é utilizada para as pedras nos rins, gota, reumatismo e doenças da peóstata.

Usos culinários:

As folhas da Borragem são consumidas em saladas, sopas ou cozinhadas de modo semelhante ao Espinafre.

As flores são normalmente consumidas em saladas ou como aromatizante/decoração em cocktails<\em>.