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As Tanchagens são plantas que habitam em solos áridos e bermas de caminhos.

Em Portugal são comuns a Tanchagem-maior e a Tanchagem-menor.

tanchagens
Ilustrações por Jan Kops.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Plantaginaceae
Género: Plantago

As Tanchagens, embora diferentes, têm propriedades semelhantes, pelo que o seu uso é comum às várias espécies.

A Tanchagem-maior (Plantago major L.) tem folhas ovais, com sete nervuras e pecíolos compridos, dispostas em roseta. A corola é acinzentada e avermelhada. Ler artigo completo

O Agave é uma planta originária do México, mas que se encontra cultivada noutras regiões do mundo.

Em Portugal encontra-se cultivada em jardins e, por vezes, em terrenos pedregosos e solarengos.

Agave
Ilustração por Louis Rouyer.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Asparagaceae
Género: Agave

O Agave (Agave americana L.), é uma planta suculenta, de folhas verdes, dispostas em roseta, até 2 metros de comprimento, pontiagudas e bordas espinhosas.

O Agave floresce uma única vez na vida, morrendo em seguida (demora 10 a 30 anos até produzir a sua floração) As flores, amarelas, dispõe-se em redor de uma espiga com até 10 metros de altura, como os braços de um candelabro. O fruto é uma cápsula com três valvas. Ler artigo completo

A Genciana é uma planta que habita em prados e pastagens.

Em Portugal é extremamente rara, encontrando-se pequenos núcleos na Serra da Estrela.

Devido à sua raridade desaconselha-se a sua colheita, devendo optar-se por exemplares cultivados.

Genciana
Ilustração por Amédée Masclef.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Gentianales
Família: Gentianaceae
Género: Gentiana

A Genciana (Gentiana lutea L.), também conhecida por Genciana-amarela. Argençana ou Argençana-dos-pastores, é uma planta vivaz com 50cm a 1,30m de altura, de caule glauco, erecto e oco. As folhas, verdes, são opostas, largas e ovais, com nervuras convergentes.

A Genciana demora 10 anos até produzir a primeira floração, com flores amarelas, pedunculadas, dispondo- em grupos na axila das folhas. O fruto é uma cápsula com duas valvas e numerosas sementes aladas.

O seu nome genérico deve-se a Gentius, rei da Ilíria, que divulgou as propriedades da planta.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em essência, alcalóide, pigmento, vitamina C, pectina e heterósidos amargos, é aperitiva, estomáquica, febrífuga, tónica e e vermífuga.

Tradicionalmente utilizada para diminuir a febre e como aperitivo.

É também utilizada em casos de gota, diabetes, gastrite e parasitas intestinais.

Usos culinários:

É utilizada para aromatizar licores.

O Umbigo-de-vénus é uma planta originária da Europa que habita em paredes, escarpas e fendas de rochas

Em Portugal encontra-se facilmente em muros velhos, telhados ou cascas de árvores.

Umbigo-de-vénus
Ilustração por Otto Penzig.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Saxifragales
Família: Crassulaceae
Género: Umbilicus

O Umbigo-de-vénus (Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy)*, também conhecido por Orelha-de-monge, Conchelo ou Sombreirinho-dos-telhados, é uma planta suculenta vivaz com 15 a 50cm de altura, com um escapo floral praticamente sem folhas. As folhas, basais, são carnudas, com pecíolos extensos, redondas com uma depressão central.

As flores, brancas ou avermelhadas, são pendentes, dispondo-se em espiga.

Tanto o seu nome comum (Umbigo-de-vénus) como o seu nome genérico (<em<umbilicus< em="">) fazem referência ao formato das folhas, com a sua cratera central a fazer lembrar um umbigo.</em<umbilicus<>

* Pode surgir nalguma literatura mais antiga com os nomes Umbilicus pendulinus D.C. e Cotyledon umbilicus L..

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em sais minerais, ferro, tanino e trimetilamina, é detersivo, emoliente, resolutivo e vulnerário.

Tradicionalmente utilizado em distúrbios renais como a hidropsia.

Externamente é utilizado para cicatrizar feridas e arranhões, removendo a cutícula inferior das folhas e aplicando-as directamente.

O sumo misturado com azeite é utilizado para aliviar as dores provocadas por queimaduras.

Usos culinários:

É consumido fresco em saladas e omeletes.

O Cártamo é uma planta originária do Oriente que habita em taludes e terrenos baldios. Rara no estado espontâneo, é cultivada há mais de 4000 anos.

Em Portugal encontra-se em estado subespontâneo nas searas do Alentejo, do Algarve e da Madeira.

Cártamo
Ilustração de Johann Georg Sturm (Colorida por Jacob Sturm).

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Carthamus

O Cártamo (Carthamus tinctorius L.), também conhecido por Açafroa, Açafrão-bastardo ou Açafrol, é uma planta anual com 10 a 60cm de altura, de caule glabro e ramificado. As folhas são serradas, espinhosas, sésseis, com nervuras na página inferior.

Os capítulos florais isolados, são volumosos e de cor amarela-alaranjda, rodeados de brácteas. O fruto é um aquénio rugoso com escamas.

Muito utilizado em tinturaria, tanto o seu nome genérico(Carthamus), como o da espécie (tinctorius) remetem para esta utilização. Recentemente o óleo das sementes começou a ser utilizado para a produção de biodiesel.

Usos medicinais e princípios activos:

Rico em glúcidos, lípidos, prótidos, celulose. Enzimas, vitamina C e matérias corantes, é purgativo.

Utilizado em casos de obstipação e quando é necessária a limpeza dos intestinos.

Na Índia é utilizado para o tratamento da icterícia.

Na medicina tradicional chinesa é utilizado para alívio das dores menstruais e para estimular a menstruação.

Usos culinários:

As flores são usadas como corante alimentar e como substituto barato do Açafrão (daí o nome Açafrão-bastardo ou Açafroa).

O óleo de Cártamo é utilizado para os mesmos fins que o óleo de Girassol, ou seja, como óleo de cozinha e na produção de margarinas.

A Silva é uma planta que habita em sebes, matas e terrenos incultos.

Encontra-se praticamente em todo o país.

Silva
Ilustração por Jan Kops.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Género: Rubus

A Silva (Rubus fruticosus L. sensu latu*), ou Sarça, é subarbusto sarmentoso, aculeado (com espinhos) com rebentos erectos. As folhas são estipuladas com um número ímpar de folíolos serrados.

As flores são brancas ou cor-de-rosa, dispostas em cachos. O fruto (amora silvestre) é globoso composto de drupéolas carnudas comprimidas sobre um receptáculo.

A Silva é detestada pelos hortelões pois invade os terrenos de cultivo. É também considerada prejudicial nas produções florestais, pois cria verdadeiros matagais, sendo obrigatório o seu corte nas zonas de prevenção de incêndios. Apesar disso, os seus frutos são bastante apreciados chegando a atingir valores elevados no mercado.

* Existem diversas espécies e variedades de Silva, mas, para o uso indicado, são geralmente agrupadas numa só espécie.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em ácidos salicílico, oxálico, cítrico e málio, taninos, glúcidos e vitamina C, é adstringente, anti-diabética, depurativa, detersiva, diurética e tónica.

Os frutos frescos são recomendados em casos de escorbuto e auxiliam em casos de diabetes.

As folhas utilizam-se em casos de diarreias.

Em gargarejos utilizam-se para as afecções da boca e garganta.

Externamente pode ser utilizado para o tratamento de feridas, chagas, úlceras e hemorróidas.

Usos culinários:

As amoras são consumidas ao natural e usadas em sobremesas, compotas e geleias.

Os rebentos jovens podem ser consumidos (após fervura) como hortaliças.

O Manjericão é uma planta originária da Índia, cultivada em hortas e jardins.

Manjericão
Ilustração por Francisco Manuel Blanco.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Lamiaceae
Género: Ocimum

O Manjericão (Ocimum basilicum L.), também conhecido por Alfavaca ou Manjerico-de-folha-larga, é uma planta anual com 15 a 50cm de altura, de caules muito ramificados. As folhas são lanceoladas, longas, de cor verde.

As flores são branco-rosadas, dispostas numa inflorescência central semelhante a uma espiga. Ler artigo completo

A Serralha é uma planta ruderal, que habita nos campos cultivados, hortas e jardins.

Em Portugal é espontânea em praticamente todo o território.

Serralha
Ilustração por Christiaan Sepp.

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Sonchus

A Serralha (Sonchus oleraceus L.), também conhecida por Leituga, é uma planta anual ou bienal com 15 a 80cm de altura, de caule erecto, oco, de cor avermelhada. As folhas basais dispõem-se em roseta, enquanto as caulinares são muito variáveis, dentadas, podendo apresentar pequenos espinhos nas bordas.

As inflorescência, amarela e ligulada, é semelhante à do Dente-de-leão. O fruto é uma cipsela (um tipo de aquénio) vilosa.

Apesar dos seus usos medicinais e alimentares, é considerada uma erva “daninha” de difícil erradicação.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em ferro, cálcio, fósforo, vitaminas A, D e E, flavonóides, compostos fenólicos e tanino, é adstringente, antioxidante, anti-inflamatória, ansiolítica, antidepressiva e desintoxicante.

É indicada para desintoxicação do fígado, e para alívio das dores de estômago e intestinos.

Utiliza-se também nos casos de depressão, ansiedade e fibromialgia.

Externamente usa-se em cataplasmas para dores reumáticas e lesões.

Usos culinários:

Pode ser utilizada em saladas, sopas, ou como verdura, semelhante ao Espinafre.

É utilizada na cozinha chinesa e da Ligúria.

A Hera-terrestre é uma planta que habita nos locais húmidos e sombrios da Europa atlântica.

Em Portugal é espontânea no Minho, em Trás-os-Montes e nas Beiras.

Hera-terrestre
Ilustração de Johann Georg Sturm (Colorida por Jacob Sturm).

Ficha Botânica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Lamiaceae
Género: Glechoma

A Hera-terrestre (Glechoma hederacea L.), também chamada Malvela, é uma planta vivaz com 5 a 25cm de altura, de caule prostrado, piloso e radicante. As folhas são verdes, moles, crenadas, cordiformes e arredondadas.

As flores, azuis maculadas de púrpura o de cor-de-rosa, dispõem-se aos pares (por vezes duplos) unilaterais na axila das folhas. O fruto é uma tetraquénio ovóide, liso e castanho.

Apesar do nome, a Hera-terrestre não tem qualquer semelhança com a Hera.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em tanino, óleo essencial, glúcidos, potássio e resina, é diurética, peitoral, tónica e vulnerária.

É tradicionalmente utilizada nas afecções pulmonares, como asma, bronquite, enfisema e constipações..

Utiliza-se também nos transtornos intestinais.

Externamente usa-se para cicatrizar as feridas e nas hemorróidas.

Usos culinários:

Pode ser consumida, com moderação, em saladas.

A Bodelha é uma alga atlântica. É frequente nas costas de todo o país.

Embora seja uma alga, para fins terapêuticos é tratada como uma planta.

Bodelha
Ilustração por Christiaan Sepp.

Ficha Botânica:

Reino: Chromista
Classe: Phaeophyceae
Ordem: Fucales
Família: Fucaceae
Género: Fucus

A Bodelha (Fucus vesiculosus L.), é uma alga com 10cm a 1m de altura, de talo achatado e foliáceo com pequenas vesículas cheias de ar que servem de flutuadores. Os conceptáculos situam-se nas extremidades.

Fixam-se aos rochedos através de um disco basilar provido de rizóides.

Comum nas nossas praias, as crianças divertem-se a rebentar as bolsas de ar, provocando pequenos estalidos.

Usos medicinais e princípios activos:

Rica em Iodo, bromo, sais minerais, acído algínico, oligoelementos e vitaminas, é aquarética, depurativa, estimulante e laxativa.

É útil como coadjuvante no tratamento da obesidade, redução do colesterol e na menopausa.

Externamente usa-se em casos de celulite, psoríase e nos produtos anti-envelhecimento.

Usos culinários:

Pode ser utilizada em saladas, mas não é muito utilizada (à excepção de certas regiões orientais).