O Meliloto (Melilotus officinalis L.), também conhecido por Trrevo-de-cheiro, é uma planta bienal com 50cm a 1m de altura, de caule erecto e muito ramificado. As folhas têm três folíolos serrados, sendo o central pedunculado.
As flores são amarelas, em cachos axilares. O fruto é uma pequena vagem castanho-clara.Ler artigo completo
A Lúcia-lima (Aloysia citrodora Palàu)*, também conhecida por Limonete ou Bela-luísa, é um arbusto perene de folha caduca com 3 a 7m de altura, de caule lenhoso ou sub-lenhoso. As folhas, de cor verde-clara são verticiliadas e lanceoladas com até 7cm.
As flores são brancas ou lilás, dispostas em espigas com até 10cm de comprimento. O fruto é uma drupa.
Da mesma família da Verbena, é, por vezes, confundida com esta.
Usos medicinais e princípios activos:
Rica em óleos essenciais, onde se destaca o citral, flavonóides e ácidos fenólicos, é digestiva, anti-oxidante, anti-inflamatória, espasmolítica, colagoga, antibiótica, carminativa e diurética.
Indicada para problemas digestivos, a infusão de Lúcia-lima é uma das tisanas mais usadas no nosso país.
É, ainda, útil em casos de insónia, hipertensão e inflamações urinárias.
Usos culinários:
A Lúcia-lima é utilizada em pratos de peixe, aves de capoeira, marinadas de vegetais, molhos de salada, compotas, pudins e bebidas, dando-lhes um sabor alimonado.
Pode também ser usada para fazer sorvetes.
*Também pode surgir como Lippia citriodora Kunth ou Aloysia triphylla (L’Hér.) Britton.
A Verbena (Verbena officinalis L.), também conhecida por Urgebão ou Erva-sagrada, é uma planta vivaz com 35 a 80cm de altura, de caule erecto, fino, quadrangular e canelado. As folhas são opostas e lobadas.
As flores são lilases, dispostas em espigas ao longo dos ramos. O fruto é uma cápsula com 4 sementes.
Planta sagrada para os antigos, era usada para conferir autoridade aos textos dos pactos que com ela eram tocados.
Usos medicinais e princípios activos:
Rica em tanino, mucilagem, saponósido e verbenalósido, é sedante, adstringente, antiespasmódica e febrífuga.
Usada para casos de nervosismo e insónias.
É, ainda, útil em casos de lumbago, nevralgia e reumatismo.
O Cardo-mariano (Silybum marianum (L.) Gaertn.), também conhecido por Cardo-de-santa-maria ou Cardo-leiteiro, é uma planta bienal com 30cm a 1,5m de altura, de caule erecto e robusto. As folhas são grandes e brilhantes, de cor verde com manchas brancas ao longo das nervuras com espinhos nas margens.
As flores são de cor púrpura, tubulosas, dispostas em capítulos com brácteas coriáceas terminadas em espinho. O fruto é um aquénio preto brilhante ou matizado de amarelo encimado por um papilho peludo.
Segundo a lenda, as manchas brancas foram criadas por gotas de leite que caíram do peito de Nossa Senhora quando ela amamentou o menina durante a fuga a Herodes.
Usos medicinais e princípios activos:
Rico em óleo essencial, silimarina, tiramina, histamina e princípio amargo, é colagogo, colerético, diurético, hipertensor e tónico.
Protector e regenerador do fígado é indicado em casos de hepatite, intoxicações e cirrose hepática.
Ao promover a secreção de bílis é útil em casos de má digestão.
É preventivo do cancro do fígado, cólon, pele e próstata, ajudando, também, a reduzir os efeitos secundários da quimioterapia.
É, ainda, estimulante da lactação.
Usos culinários:
As folhas do Cardo-mariano podem ser consumidas em saladas, pickles ou cozidas como substituto do Espinafre.
Os rebentos jovens e a raiz podem ser consumidos cozidos.
O Dente-de-leão (Taraxacum officinale F. H. Wigg.), também conhecido por Taráxaco, Quartilho ou O-teu-pai-é-careca, é uma planta vivaz com 5 a 50cm de altura. As folhas são glabras, compridas e roncinadas, dispostas em roseta basilar densa.
As flores são amarelas e liguladas, formando grandes capítulos na ponta de um pedúnculo radical liso e oco. O fruto é um aquénio cinzento-azulado ovóide e espinhoso na parte superior.
O rizoma é castanho-escuro, espesso, aprumado e esbranquiçado no corte.
Melífera, é muito apreciada pelas abelhas.
O seu nome comum vem do formato dentado das suas folhas.
As crianças usam o Dente-de-leão para fazer um jogo em que perguntam a outra “O teu pai é careca?”, soprando em seguida os frutos, que, voando, deixam a base semelhante a uma cabeça careca, respondendo assim à pergunta.
O seu látex tem algum interesse no fabrico da borracha.
Usos medicinais e princípios activos:
Rico em Clorofila, alcalóide, óleo essencial, inulina, tanino, glúcidos, sais mineirais e vitaminas, é um tónico hepático, diurético, depurativo e estomáquico.
Estimulante do fígado e da vesícula, utiliza-se na icterícia e nas digestões difíceis. Não deve, no entanto, ser utilizado em casos de cálculos biliares.
É, também, um poderoso diurético, sendo aconselhado em caso de retenção de líquidos, pedras nos rins, e como coadjuvante para o tratamento da obesidade.
É ainda útil nos casos de diabetes e colesterol elevado.
Usos culinários:
As folhas do Dente-de-Leão são utilizadas em sopas e saladas primaveris.
As flores podem ser usadas em saladas, refogadas ou em compota.
A Alfazema (Lavandula angustifolia Mill.*), ou Lavanda, é um subarbusto frondoso com ramos nus e erectos. As folhas são verde-acinzentadas, estreitas e lanceoladas.
As flores são de cor azul-violácea em espiga terminal. O fruto é um aquénio com uma semente preta e lisa.
O seu aroma é repelente de insectos, sendo comum o uso da alfazema para afastar as traças da roupa.
Melífera, é muito apreciada pelas abelhas.
Utilizada em perfumaria e cosmética, o seu nome “Lavandula” tem a mesma raiz que “lavandaria”, referindo-se ao seu uso em lavagens e banhos.
De notar que os nomes comuns Alfazema e Lavanda são também usados para referir outras espécies do género Lavandula.
Usos medicinais e princípios activos:
Rica em óleo essencial, princípios amargos e cumarina, é calmante, anti-séptica e cicatrizante.
Muito utilizada par baixar os níveis de stress e ansiedade.
É, também, usada para problemas respiratórios, para facilitar a digestão e para aliviar dores de cabeça.
Tal como o Alecrim, é estimulante do raciocínio e memória.
Externamente é utilizada como regeneradora da pele.
A Erva-príncipe (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf), também conhecido como Chá-príncipe, Capim-limão ou Chá-de-capim, é uma herbácea de folhas muito aromáticas, longas, ásperas de cor verde clara, em matas densas.
As flores formam rácimos de 30 a 60cm de comprimento.
Originalmente trazido para Portugal dos antigos territórios ultramarinos, é uma planta muito apreciada ainda hoje.
O seu óleo essencial (comercializado como Lemongrass é um excelente repelente de insectos, especialmente mosquitos.
Apesar disso, é muito apreciado pelas abelhas e usado pelos apicultores para capturar enxames.
Usos medicinais e princípios activos:
Rica em óleo essencial contendo citronela e limoneno, é digestiva, calmante, sudorífica, febrífuga, antifúngica e bactericida.
Muito utilizada para aliviar a má disposição e a azia, é, também, coadjuvante no tratamento de aftas, gengivites e candidíase.
É, ainda, usada para melhorar o sono e para baixar a febre.
Segundo estudos recentes, o óleo essencial da Erva-príncipe pode ser usado para combater as infecções pela bactéria Helicobacter pylori.
Usos culinários:
Utilizada na cozinha das Filipinas e Indonésia, como tempero do leitão e do frango de churrasco.
É, ainda, usada para fazer infusões refrescantes que podem acompanhar as refeições.
O Tomilho (Thymus vulgaris L.) é um subarbusto com 10 a 30cm de altura de caule lenhoso e tortuoso, com ramos erectos e compactos. As folhas pequenas e lanceoladas, esbranquiçadas na página inferior.
As flores são brancas ou rosadas, pequenas, dispostas em espiga na axila das folhas maiores. O fruto é um tetraquénio castanho.
Usos medicinais e princípios activos:
Rico em óleo essencial, hidrocarbonetos, flavonóides, tanino e saponósido, é antibiótico, anti-espasmódico, anti-séptico, aperitivo, carminativo, diurético, anti-fúngico, vermífugo e tónico.
Grande aliado das vias respiratórias é utilizado em tosses, bronquites, sinusite e asma.
É, também, útil para a digestão e mau hálito.
Por ser antibiótico é auxiliar em infecções bacterianas.
Usos culinários:
Muito usado na cozinha mediterrânica, é utilizado em pratos salgados de aves, porco e peixe.
É, ainda, usado em recheios, legumes, guisados e estufados.
O Orégão (Origanum vulgare L.) é uma planta com 30 a 80cm de altura de caule erecto com 4 ângulos, ramoso na parte superior. As folhas são ovais e pontiagudas.
As flores são brancas ou rosadas, numerosas, dispostas em panículas terminais densas, com brácteas de cor púrpura. O fruto é um tetraquénio com cada uma das partes ovóide.
O nome Orégão significa esplendor da montanha.
Usos medicinais e princípios activos:
Rico em óleo essencial, tanino, resina e goma, é analgésico, anti-espasmódico, anti-séptico, emenagogo, estomáquico, expectorante, parasiticida e tónico.
Utilizado para o tratamento e prevenção da gripe, é também eficaz no tratamento de gastroentrites, infecções urinárias e pneumonias.
É, também, útil para os diabéticos, como regulador da glicose no sangue.
Tradicionalmente é, ainda, usado para o estômago e a menstruação.
Usos culinários:
Ingrediente por excelência da cozinha mediterrânica, é utilizado em pizzas, massas e pratos com tomate, sendo o seu sabor característico da cozinha italiana.
É, também, utilizado em caldeiradas, saladas, pratos de carne e de peixe.
Em Portugal é indispensável na preparação dos caracóis, sendo muito utilizado no Sul do país.
Várias espécies de plantas que já passaram por estas notas contêm Óleo Essencial. É a presença desta substância, que é diferente em cada espécie, que as torna, por definição, plantas aromáticas. A Aromaterapia é a utilização destes óleos para fins terapêuticos.
Apontamentos históricos
O uso das plantas e do seu aroma é quase tão antiga como a humanidade, mas é com a invenção do alambique que a extracção dos óleos pelo processo de destilação começa a ser realizada, dando origem aos óleos essenciais na forma como hoje os conhecemos.Ler artigo completo